"A civilização é definida pelo
direito e pela arte. As leis governam o nosso comportamento exterior, ao passo
que a arte exprime nossa alma. Às vezes, a arte glorifica o direito, como no
Egito; às vezes, desafia a lei, como no Romantismo.
O problema com abordagens marxistas que
hoje permeiam o mundo acadêmico (via pós-estruturalismo e Escola de Frankfurt)
é que o marxismo nada enxerga além da sociedade. O marxismo carece de
metafísica – isto é, de uma investigação da relação do homem com o universo,
inclusive a natureza. O marxismo também carece de psicologia: crê que os seres
humanos são motivados apenas por necessidades e desejos materiais. O marxismo
não consegue dar conta das infinitas refrações da consciência, das aspirações e
das conquistas humanas.
Por não perceber a dimensão espiritual
da vida, ele reduz reflexivamente a arte à ideologia, como se o objeto
artístico não tivesse outro propósito ou significado além do econômico ou do
político.
Hoje, ensinam aos estudantes a olhar a
arte com ceticismo, por seus equívocos, suas parcialidades, suas omissões e
ocultos jogos de poder. Admirar e honrar a arte, exceto quando transmite
mensagens politicamente corretas, é considerado ingênuo e reacionário. Um único
erudito marxista, Arnold Hauser, em seu épico estudo de 1951, A história social
da arte, teve bom êxito na aplicação da análise marxista, sem perder a magia e
o mistério da arte. E Hauser (uma das influências iniciais do meu trabalho)
trabalhava com base na grande tradição da filologia alemã, animada por uma
ética erudita que hoje se perdeu."
Retirado daqui
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