Em vão

Hoje, queria estar a salvo do meu país
Mas ele me invade sem ao menos pedir licença.
Bate a minha porta com violência
e estende os braços para pegar-me.

Tende paciência, em vão, lhe peço.
Não quer sabe e se precipita
E me arremessa, para fora de minha morada.
Antes, arranca-me os livros e as roupas
Tomando-me todo o meu abrigo.

Assim, com pressa, atira-me à rua
Sem querer saber se estou
Com isso em desacordo.
Pudesse ouvir-me saberia ele
Que não era esse o país que desejava.


Rogério Soares

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