Afortunado

Pintura: Sacerdotes astecas realizando um sacrifício para os deuses ao queimar incenso e oferecer sangue no Códice Tovar, atribuído ao jesuíta mexicano Juan de Tovar do século XVI.
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Uma casa que, mesmo alugada, não deixas de sentir que é uma morada. Um emprego que, mesmo longe e mal remunerado não deixas de ser um emprego. Um país que mesmo desgraçado por corruptos não deixas de chamar de seu. Ter-se quase chegado a professor universitário e mesmo baldado os maiores esforços, ainda assim sentir-se realizado com o falhanço. Ter sobrevivido a três pneumonia, e não a pôr-se doente, a mais seis meses, apesar de sentir um cansaço em que todo o esforço parece demasia... Que vida afortunada eu levo. Quantos poderiam ser assim tão felizes como eu? Há, de certeza, muitos que me invejam por todas essas conquistas. Viro-me então para os deuses é agradeço-lhes os favores imerecidos.


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