Teimar em não perder

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Uma menina, que anda na casa dos 15 anos, se recusou a fazer uma apresentação, lá na escola, só porque tinha que usar uma saia. A saia, segundo ela julgava, a deixava velha. Parecia-lhe um disparate usar uma saia abaixo do joelho em cores vivas e esvoaçante. Ninguém foi capaz de lhe fazer pensar o contrário. Ela estava certa do que era moda e do que estava mais adequado a uma jovem de sua idade. As ameaçadoras saias a faziam pensar em ser alguém que, como vemos, não lhe agradava muito pensar em ser.

Esta jovem aluna não está só em seus pensamentos. Ela age assim porque a própria sociedade se converteu a ideia de que ser jovem é um fim que todos devem perseguir. Já agora temos visto adultos que se comportam como adolescentes. Os custos dessa mentalidade juvenil, estamos todos vindo a contabilizar em abandono, daqueles que um dia nos serviram a comida ao prato, nos acalentaram nas noites enfermas e desafiaram o futuro, renunciando o seu presente, a nosso favor.  

Hoje, quando são os velhos a nos esperar a renúncia, em retribuição a sua entrega, voltamos as costas e ignoramos a sua presença. Projetamos uma sociedade em modelos juvenis, fingindo que a juventude não uma é fase transitória. Relutamos em acreditar que, um dia nós mesmos seremos velhos. Fazemos isso rejeitando tudo o que nos possa lembrar que, a vida passa por fases e que elas nos leva a estágios que precisam serem superados para nos erguermos dignos, e mais conscientes, ao próximo posso na concretização de nossa existência.


Precisamos de uma sociedade com adultos sérios e não com eles com aparelhos nos dentes e chicletes na boca. A juventude, também, precisa saber que os velhos de hoje foram os mesmos que um dia lhes possibilitaram a existência (só por isso eles já deveriam ser honrados), e que amanhã, eles (os jovens) serão, se não mudarem de comportamento, as vítimas dos monstros que abandonam e recusam os seus melhores exemplos de humanidade.  

Não podemos acolher a ideia de que o centro do mundo está nos 15 anos. Nessa idade pouco sabemos e não será nela que devemos esperar as respostas as inquietações e dúvidas da vida. Então por que seria ela o lugar onde gostaríamos de perpetuar o que teimamos em não perder?

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