Os infringentes ou a impunidade coroada no país moralmente mais vergonhoso do mundo


Foto: Elliot Erwitt
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O verborrágico pronunciamento do ministro Celso de Mello com abordagens matizadas, ambíguas e favoráveis aos apelos dos CORRUPTOS ao uso de recursos ad infinitum, quando acossados pela justiça, reforçou a ideia geral do povo que, para alguns abençoados brasileiros, o mundo é um lugar sem culpa e sem repressão. 

Ao considerar a letra fria da lei como juízo a ordem, e fazer vista grossa aos apelos, dos que ele chamou de: “excessos da maioria contingente”; o magistrado ignorou como é costume em casos que envolvam grandes figurões em questão no banco dos réus, a emergência de uma sociedade que repudia e repreende os delinquentes, sejam eles membro da mais alta casta existente na sociedade, ou não. 

Mas o pior de tudo em seu pronunciamento foi a insensibilidade e o desprestigiar à ideia do povo nas ruas. As grandes transformações sociais só ocorreram com o povo nas ruas. Não perceber isso é um desplante. A tese de que a lei deve agir sem paixões, invocada pelo ministro, não esconde que há sempre nos argumentos jurídicos, quando em causa a liberdade de raposas, uma maneira de manobrar as necessidades com o tacão da lógica ilusória. É realmente temeroso acolher os sentimentos de ocasião, mas esse não era o caso. O voto de outros ministros dava sustentação jurídica à recusa dos embargos infringentes e a histórica sensação de justiça devida ao povo legitimava a liquidação da fatura dos mensaleiros. 

O ordenamento social histórico, com base no abrandamento entre as normas e a conduta, tão típicos no país, acabou, por fim de duas horas de pronunciamento, realinhados para permitir aos marginais no poder todas as garantias e favores da lei. Ao povo restou o sentimento de fracasso na luta contra os malfeitores de plantão, que em algum gabinete ou secretária ministerial muito bem confortável em sua impunidade e ar-condicionado tramam novos planos de poder. 

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