Benedito Nunes (1929-2011)

fonte da foto: site da Cia das Letras
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Domingo passado foi um dia triste para as letras brasileira. Além de Moacyr Scliar, o paraense Benedito Nunes também faleceu ontem. Benedito Nunes tinha 81 anos, quase todos eles dedicados à docência. Seus ensaios críticos de autores como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, produziram um dos mais lúcidos, precisos e inquietantes estudos sobre esses autores, tanto que se tornaram referências indispensáveis. Ao despedirem-se de forma tão apressada do público, Moacyr Scliar e Benedito Nunes, deixaram um vazio impreenchível na literatura e na crítica brasileira.


Adeus a Moacyr Scliar

Bienal do Livro 2008
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Quase não pude acreditar quando abri a internet e me deparei com a notícia do falecimento do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Scliar tinha 73 anos, morreu na madrugada deste domingo (27) no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, de falência múltipla dos órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC), ocorrido no último dia 16, informa-nos o G1.

Filho de migrantes russos Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre em 1937. Sua carreira literária seguiu paralela ao ofício da medicina por boa parte de sua vida, até que o médico despiu o jaleco para envergar, com maestria própria dos melhores literários, caneta e papel. Nessa jornada foram mais de 70 obras, indiscutíveis em suas qualidades estéticas e criativas, reconhecida e admirada no Brasil e em muitos outros países.

Em 2008 durante a Bienal do Livro de São Paulo tive o prazer de conhecer pessoalmente esse maravilhoso escritor. Na ocasião ele havia sido convidado para falar num stand, não de sua obra, mas sim de uma de suas grandes paixões, a obra de Machado de Assis. Moacyr Scliar não se fez de rogado, teceu rasgados elogios a Machado, contou divertidas anedotas sobre o universo literário e gozou da vaidade que se ocupa muitos de nossos escritores, arrancando gargalhadas do público presente. Ainda me lembro de uma, das muitas histórias que ele contou que revelam o homem, por trás do escritor. Dizia assim: “Estavam reunidos dois escritores. Um falastrão e vaidoso que nunca deixava o outro falar contando sempre de suas inúmeras aventuras no exterior, das palestras proferidas, dos livros traduzidos, das amizades e de sua mais recente obra. Percebendo o tédio, com que o seu amigo ouvia aquelas histórias, o falastrão pediu desculpas, por estar aborrecendo tanto o seu colega, e prometeu parar de falar de si mesmo e disse: Agora me diga; o que você acha da minha obra?”

A suspeita da seriedade de alguns homens serviu sempre a Moacyr Scliar de antídoto contra as vaidades que seduzem aqueles que vivem sob os holofotes da fama. Sentiremos a sua ausência.

Prêmio Príncipe Claus 2010

Ana Maria Machado (foto: AE)
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A escritora e Acadêmica Ana Maria Machado recebe o Prêmio Príncipe Claus

A Acadêmica e Secretária Geral da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, receberá, no dia 24 de fevereiro, quinta-feira, um dos mais prestigiados prêmios do mundo, o Prêmio Príncipe Claus 2010. O Embaixador dos Países Baixos, em solenidade no Consulado Holandês do Rio de Janeiro, fará a entrega da láurea à escritora.

Ana Maria Machado prestará homenagem ao choro brasileiro com a apresentação de um grupo de músicos da Escola Portátil de Música, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), e atende alunos de todas as origens, inclusive comunidades carentes. O grupo, tendo à frente Maurício Carrilho, apresentará obras de Pixinguinha e Tom Jobim.

A Acadêmica é a primeira ficcionista brasileira e ganhar o prêmio. O anúncio foi feito em cerimônia pública em Amsterdam, Holanda, dia 7 de setembro do ano passado.

Notícia colhida no site da ABL de hoje 23/2/2011

Política e Literatura

.Giuseppe Arcimboldo

A literatura, mesmo a mais aparentemente idiota, é tão descompromissada ou desinteressada quanto parece ou atende a interesses maiores, e por isso, se disfarça de menor abandonado para seduzir os mais incautos, enredando-o em um sutil e atraente discurso? A resposta a essa questão trás sem dúvida outras questões muito maiores do que a primeira.

Para tornar-se válida a literatura tem necessariamente que encouraçar uma causa, empunhar uma bandeira ou se solidarizar com os desafortunados do mundo? Alguém legítima alguma coisa investindo nessas boas intenções? Quanto dessas boas intenções também não guarda interesses escusos? A literatura é tão despretensiosa ao ponto de não estimular nenhum valor ou interrese de grupos? Essas e outras questões surgem sempre quando estão em debate o papel e os interesses da literatura na sociedade.

Chamo a atenção para essas questões a propósito de uma discussão que envolve política e literatura. No centro dessa discussão está o livro Lendo Lolita em Teerã da escritora iraniana Azar Nafisi, um livro que em 2010 dividiu as opiniões de críticos e especialistas, ao reposicionar a discussão do papel da literatura na sociedade moderna no centro dos debates político-literários.

Lendo Lolita em Teerã, editado no Brasil pela Record, nos conduz à intimidade de oito mulheres que desobedecendo às determinações culturais rígidas de seu país, que proíbe a leitura de obras Ocidentais, se reúnem secretamente para ler os clássicos Orgulho e Preconceito, Madame Bovary e claro o livro que dá título a obra, Lolita do escritor russo Vladmir Nabokov. O livro ao mesmo tempo em que exalta a liberdade e o amor à literatura, abrevia, segundo os críticos, a sociedade iraniana a clichês ocidentalizados. Ao reduzir a sociedade iraniana contemporânea a tintas tão desfavoráveis, alguns críticos, dizem que a autora abre caminha para o projeto neocolonialista implementado pelos EUA na região mais próspera em petróleo do mundo.

Azar Nafizi foi professora de Literatura na Universidade de Teerã antes de ser expulso por se recusar a usa o véu, tradicional símbolo de castidade feminina desde que a Revolução Islâmica liderado pelo aiatolá Khomeine tomou o poder no país persa. Morando nos Estados Unidos desde 1997, ela leciona na Universidade Johns Hopkins. Crítica da política dos aiatolás, Nafizi desde que foi expulsa de seu país, vem acompanhando de perto a política de Mahmoud Ahmadinejad. Em um artigo publicado no ano passado no jornal The Huffington Post, ela condenou o apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, sentenciada por suposto adultério, crime punido com a morte nos países islâmicos.

A despeito do tema da liberdade e do apreço à literatura, abordado em seu livro, Nafizi vem recebendo duras críticas por sua relação, pra lá de suspeita, com as esferas do poder em Washington com interesses nos recursos naturias abundantes no país dos aiatolás. A autora se defende das acusações dizendo estar mais interessada em literatura do que em política.

Esse caso ilustra o jogo de relações que envolvem a literatura numa rede em que forças excluem-se e se atraem mutuamente. Enquanto os críticos julgam a obra por seu suposto envolvimento na defesa de interesses neocolonialista. A autora rebate afirmando que o que faz é apenas literatura.

É sem dúvida, imprudente, impor aos escritores os temas e o tratamento que esses devam dar à sua obra. O leitor é quem deveria julgar a causa. Mas, o leitor está atento a esses fatos ou ignora completamente essa discussão? Mais dúvidas.

Sem uma resposta satisfatória à primeira vista, a causa toda parece se resumir ao desgastado clichê que afirma ser uma questão - engajar-se ou não - meramente de ponto de vista.

Tenho cá meus receios a ideia de que a literatura seja tão despretensiosa como querem alguns. O julgamento do quanto ela interfere na minha visão de mundo, seja para elevá-lo a uma consciência esclarecedora ou escamotear à razão, é que parece ser a verdadeira causa em questão. Não há dúvida de que em sendo um discurso, ela, influi, positiva ou negativamente na minha vida, mas até que ponto e em quais formas isso acontece é o que me inquieta.

Affonso Romano de Sant´anna - Poesia



Com a devida vênia do escritor Affonso Romano de Sant´anna publico logo abaixo o poema Apocalipse ou Gênesis Invertida. Esse poema, como explica o  poeta, fará parte do seu próximo livro de poesia, cujo titulo provável é: Exercícios de Finitude, ainda sem data de lançamento. O poema foi recolhi do blog do autor aqui. Desde já agradeço o escritor pela deferência.


APOCALIPSE OU GÊNESIS INVERTIDO(*)

Qualquer semelhança com o noticiário nos jornais e na televisão é mera coincidência



No sétimo dia

          (antes do fim)

as geleiras fendidas

          desabarão

focas, pinguins e ursos

deixarão suas ossadas

no deserto em formação

ilhas imprevistas emergirão

e o que agora é continente

será um conteúdo

na escuridão.



No sexto dia

          ( antes do fim)

desnorteados pássaros

não saberão

de onde vieram e para onde vão

subvertida a ordem dos mares e florestas

seres atônitos seguirão o rumo

do vento e da aflição.



No quinto dia

          (antes do fim)

choverá fogo no inverno

enlouquecidas as estações

as colheitas se perderão

devoradas por bactérias

germinadas

          -do próprio grão.



No quarto dia

          (antes do fim)

peixes envenenados boiarão

entre sargaços e destrocos

e os corais também mortos

não chorarão.



No terceiro dia

            (antes do fim)

no esqueleto das cidades

máquinas desoladas

bactérias desesperadas

do próprio nada comerão.


No segundo dia

          (antes do fim)

o homem e a mulher

cobertos de chaga e solidão

se deitarão no barro

e desaparecerão,


No primeiro ou último

dia antes do fim

          Deus

desolado

          se retirará

para outra galáxia

e contemplando as trevas

dissipando a criação

sentirá

um pesado vazio em suas mãos.

A sede que nunca acaba

Inquirido durante o Jornal da Cultura de hoje (15), sobre a possibilidade dos EUA interferirem ou influenciarem nos protestos que depois do Egito tomam agora as ruas do Teerã, o geógrafo e sociólogo Demétrio Magnoli, descartou categoricamente essa hipótese afirmando que “os Estados Unidos podem no máximo fazer comentários sobre o que acontece no Irã”.

Será mesmo? Só comentar? A história diz o contrário. A política americana desde a presidência de Andrew Jackson, sétimo presidente dos Estados Unidos, foi sempre marcada pelo intervencionismo e desrespeito a autodeterminação dos povos.

Com um discurso pretensiosamente mascarado pela difusão da liberdade entre os povos, os Estados Unidos desenvolveram a doutrina do “Destino Manifesto”, que expressa a crença de que eles seria o povo eleito por Deus para conduzir o mundo.

Tais ideia que inicialmente serviram para justificar a tomada do Texas e posteriormente a Califórnia, Novo México, Arizona, Uthar, parte do Colorado, Oklahoma, Nevada numa guerra contra os Mexicanos no final do século XIX, ampliou-se no inicio do século XX quando eles invadiram o Vietnã, fomentaram as revoltas no Panamá contra a Colômbia, tentaram uma intervenção em Cuba durante a revolução, alimentaram ditaduras no Brasil, Chile e Argentina, sustentaram regimes no mínimo suspeitos na África e no Oriente Médio e culminaram com a invasão no Afeganistão e Iraque.

Em nome da defesa da democracia, do respeito aos direitos humanos o governo de Washington, quer na verdade, garantir acesso aos riquíssimos recursos naturais abrigados em qualquer parte do mundo. E se puder fazer isso sem aparecer tanto melhor. Com esse retrospecto de desrespeito e autoritarismo me espanta a ingenuidade de Magnoli em crer que os EUA não farão nada, para derrubar seu maior obstáculo na consolidação de sua hegemonia na região mais prospera em petróleo do mundo, justamente agora que a oportunidade aparece.

Alguns minutos antes da fala de Demétrio Magnoli no Jornal de Cultura, assisti no Jornal Nacional uma matéria que justificava o questionamento da apresentadora Maria Cristina Poli ao geógrafo, e que é uma sensação de todos, menos do geógrafo. A matéria dizia que: “A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou a liberação de US$ 25 milhões para projetos que ajudem ativistas a driblar a censura na internet imposta por regimes autoritários. Esse tipo de censura foi usado, por exemplo, no início dos protestos contra Hosni Mubarak.”

Será que o Demétrio ainda acredita nas boas intenções dos EUA?

Até breve

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Uma palavra: OBRIGADO!

The White Stripes


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Uma guitarra envenenada pelo mesmo deus que envenenou o violino de Paganini tangeu a solidão do meu quarto nos últimos anos. Gostava de tudo no The White Stripes, que no último dia 2 anunciou o seu fim, da monotonia cromática, das versões que eles fizeram das músicas de Bob Dylan, da frenética e inquietante mistura de blues e rock carregada de pitadas de punk de butique e principalmente da rebeldia, até mesmo da inusitada formação guitarra e bateria de Jack e Meg. Eles foram sempre à prova de que três acordes dão sim em boa música e que uma dupla, não precisa ser necessariamente algo intragável, como sugerem os breganojos, que tomaram de assalto a mídia brasileira.   

Elizabeth Bishop e João Cabral de Melo Neto - Poesia e confissão

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Ao ler esta tarde o blog do poeta Affonso Romano de Sant´anna, fico sabendo que este ano comemora-se o centenário da poetisa norte-americana Elizabeth Bishop. Nascida em Worcester em 11 de fevereiro de 1911, Elizabeth viveu e produziu parte de sua obra aqui no Brasil. Nesse período traduziu o melhor de nossa literatura para língua inglesa. Entre os seus poetas traduzidos está o pernambucano João Cabral de Melo Neto, que em seu livro Agrestes de 1985 - recém re-editado pela Alfaguara -, dedicou-lhe um poema intitulado SOBRE ELIZABETH BISHOP.



Quem falar como ela falou

levará a lente especial:

não agranda e nem diminui,

essa lente filtra o essencial*

(...)


João Cabral, como todos sabem, era avesso a poesia confessional, preferiu antes falar dos outros poetas e das coisas que habitavam a sua volta do que de si mesmo. Porém, num desses poemas homenagens ele deixou escapar uma dúvida: “Não haverá nesse pudor/ de falar-me uma confissão,/uma indireta confissão,/ pelo avesso, e sempre impudor?”. O artista inconfesso buscou no exemplo de outros poetas, num jogo metalingüístico, falar de sua própria impressão sobre a poesia. Toda via, não vejo nenhuma impudorada confissão nessas “linguagens alheias”. Esses exercícios metalingüísticos restringem-se ao oficio poético, e nem de longe assumem outra forma que deixe entrever outras faces desse poeta, se não a sua forma de ler e escrever poesia marcada pela rigidez e concisão absoluta.


*fonte do poema: Obra Completa de João Cabral de Melo Neto, ed. Nova Aguilar, p. 561.

Mais uma de Marco Haurélio

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O poeta Marco Haurélio me enviou o esboço da capa do seu próximo trabalho. Meus Romances de Cordel é uma seleção de sete trabalhos anteriormente publicados pelo poeta em versão clássica dessa literatura, que agora, repaginado, volta ao público em versão de livro, com ilustrações de Luciano Tasso, livremente inspirado no trabalho do holandês Escher - simplesmente divino. Os títulos são O Herói da Montanha Negra, história que abre a antologia, a seguir, temos: Belisfronte, o Filho do Pescador, Presepadas de Chicó e Astúcias de João Grilo, Os Três Conselhos Sagrados, Briga do Major Ramiro com o Diabo, História da Moura Torta e Galopando o Cavalo Pensamento. Não há dúvida que em se tratando de Marco Haurélio esse trabalho conquistará facilmente leitores de todas as idades. As razões são óbvias. Ele domina como poucos a técnica da escrita criativa. Sua sensibilidade poética, conjugada a uma memória prodigiosa, alimentada desde a mais tenra idade pela curiosidade do menino nordestino, moldaram o poeta maduro que ora temos o prazer de (re)ler.

A literatura no cinema francês

O cinema Francês, principalmente daqueles jovens que pensaram em renovar a linguagem cinematográfica nos vertiginosos anos 60, nutriu sempre uma irresistível atração pela literatura.

Com frequência é possível flagrar nos filmes de cineastas como Truffaut e Godard, cenas em que alguns dos personagens em meio à trivialidade da vida, assumem o papel de leitores incautos.

A indisfarçável paixão dos franceses pelo livro encontrou no escurinho do cinema a simbiose perfeita. Algumas dessas cenas estão na seleção de imagens logo a baixo, deliciem-se à vontade.


Anna Karina em Une Femme est Une Femme - Godard, 1961


Anna Karina em Alphaville - Godard, 1965


Domicílio Conjugal - Truffaut, 1970

La Chinoise - Godard, 1967

Jornal da Globo - Morre a atriz francesa Maria Schneider

MARIA SCHNEIDER (1952-2011)

Maria Schneider e Marlon Brando em O Último Tango em Paris - 1972

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Um amigo escreveu-me surpreso pelo fato de eu não ter postado nenhum comentário sobre a morte da atriz francesa Maria Schneider. Todos cá sabem que esse blog nunca se furtou em prestar as últimas homenagens às personalidades que marcaram o mundo das artes (que me perdoe o Dennis Hopper).

Descrente, abri logo algumas páginas da internet procurando informações que pudessem desmentir o meu funesto mensageiro. Em vão. Infelizmente, para meu espanto, a informação estava correta. Maria Schneider havia morrido no último dia 3, quinta-feira aos 58 anos, em circunstâncias não explicadas pela família, que preferiu a discrição. Tanto melhor.

Assisti a um único filme com ela, o provocante O Último Tango em Paris de 1972, do cineasta italiano Bernardo Bertolucci. O filme tinha ainda no elenco o recém desencarnado Don Corleone, Marlon Brando, que sobre a película declarou em sua autobiografia “não me perguntem do que se trata esse filme”.


A história é sim um tanto complicada e foi construída de uma forma caótica e desordenada. Prova é que Marlon Brando diz em sua biografia que o diretor pedia aos atores que improvisassem as cenas em cima de um argumento inicial pra lá de vago. “Bertolucci permitiu que os atores moldassem a história. Quis que eu representasse o meu próprio papel e construísse a personagem de Paul como se se tratasse do meu retrato autobiográfico”.

Marlon Brando faz o papel do americano Paul que enviuvará recentemente. Perambulando por Paris a procura de um apartamento para alugar, onde pudesse desaguar suas mágoas, ele encontra por acaso a jovem Jeanne, que ao contrário de Paul iniciará a pouco sua vida conjugal com um excêntrico cineasta.

Não demoram muito eles começam uma anônima relação baseada unicamente no sexo descompromissado. Tal desinteresse tem para Paul um efeito purgativo das dores que o acometem por causa do suicídio da mulher. O caldo entorna quando o caso começa a fugir do propósito inicial.


Proibido no Brasil por quase duas décadas, não porque seu tema envolvesse algum tipo de mensagem política que pudesse ofender os ditadores, mas sim, por uma tórrida cena em que Marlon Brando, então um quarentão, sodomiza a ninfeta Schneider que na época contava com dezenove anos, auxiliado por uma manteiga.

Maria Schneider vez outros filme, nenhum, no entanto, marcou tanto quanto esse.