SAUDADE

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Quando Gandhi foi assassinado por um fanático nos anos 40, o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse dele: “no futuro ninguém acreditará que um homem como Gandhi existiu”. Por razões óbvias, as gerações futuras duvidarão que um homem como José Saramago viveu depois de Gandhi. Um e outro, Gandhi e Saramago, foram ardorosos humanistas. Ambos empunharam as únicas armas que conheciam, a palavra, para conquistar os sonhos de um mundo justo, decente, sem fanatismo, compromissado com causas verdadeiramente dignas de se engajarem. Defenderam, quando parecia indefensável, a causa dos menos favorecidos. Pregaram, sem nenhum proselitismo, a igualdade e a tolerância, em meio ao mais profundo caos. Viveram com o único propósito de esclarecer aos homens que aquilo que lhes aprisionavam eram eles mesmos. Livres de toda ignorância, política, religiosa, social, escolar, herdada ou forçada, todos os homens poderiam refazer os seus caminhos. Creio que como Gandhi, José Saramago, assegurou enquanto estava vivo o seu nome na imortalidade.  

5 comentários:

Navegantes ao Mar disse...

Quando numa reunião da universidade, hoje, meu chefe mencionou o falecimento de Saramago, logo tratou de contatar, via celular, uma professora, especialista neste autor para uma palestra - dada a importância de José. Rogério está capacitado para falar, escrever pois conhece a fundo a vida deste Nobel - único na nossa lingua a conquistar tal honraria. Rogerio, sempre certeiro como um dardo no alvo, sempre contundesnte, seus tetos são vitais no sentido de chamar atenção para que nao nos passem despercebidos os grandes nomes da literatura, pois, citando seu compatriota Pessoa, "a arte existe porque a vida só nao basta."

Cris disse...

Estou extremamente triste com a morte dele, era um dos meus autores favoritos e lembrei de ti quando soube porque sei que você admira a obra dele.
Triste... Sei que ele ainda tinha muito o que escrever...

Welma disse...

É mesmo uma pena a morte de Saramago. Acompanhei as notícias pela tv e senti muito. Realmente é o mundo perdendo muito da luz que ainda resta em meio ao caos da ignorancia. Belos textos!

Abraço, Welma.

Dolores Oliveira disse...

Pessoas como Saramago não morrem, se eternizam em suas obras. Pessoas, como Rogério, carregam um pouco de Saramago e acreditem, não estarão livres de críticas. Pessoas,em um outro tempo, crucificaram Jesus (naquele tempo, um homem comum) e hoje crucificam Saramago... Semelhanças? Talvez a de provocar mudanças no pensamento da humanidade.Estamos tão presos, que ao escrever esse pequeno texto, me pergunto se estou blasfemando... Parabéns a Saramago, que independentemente do que está estabelecido como VERDADE, ousou escrever a sua verdade.

Dolores Oliveira disse...

Erro quando me refiro a Jesus Cristo como um homem comum, homens comuns não operam milagres. Na verdade, acredito que também algumas pessoas fenomenais, quase irreais, nesse caso, nada comuns,povoam o planeta Terra.Porém, ninguém pode se comparar a Jesus Cristo.